17 de fevereiro de 2016

8. Fim do monopólio de petróleo.


Não vejo solução para salvar a Petrobras, no curto prazo. A Petrobras padece de males acumulados desde a sua criação em 1953 pelo presidente Getúlio Vargas. Petrobras está longe de ser o "orgulho nacional", pelo contrário, é motivo de "vergonha nacional". Apesar da negativa do governo, como acionista majoritário, a Petrobras está em "estado de falência". 

Só a quebra de "monopólio' de petróleo na área de exploração, refino e comercialização colocará a Petrobras em encontrar a eficiência e competência, sem ladroagem, para enfrentar o livre mercado.  Não há porque "privatizar" a Petrobras, pelo menos neste momento. Se o governo e a própria direção da Petrobras acham que a Companhia é viável, que deixe a Petrobras continuar a operar, no regime de "livre concorrência", concorrendo em igualdade de condições com os gigantes do setor. 

Deixem o "pré-sal" com a Petrobras, porque o próprio presidente anterior afirmou que o custo de exploração do "pré-sal" é de US$ 8 o barril. Segundo os próprios técnicos da Companhia, afirmam que o custo de pré-sal é de US$ 50 o barril. Lembrando que o petróleo do pré-sal do campo de Tupi tem o custo adicional de US$ 8,51 por barril, devido ao ágio colocado na última capitalização da Petrobras. Portanto, o custo de petróleo do pré-sal custa ao País, US$ 58,51, em tese. 

Deixem os gigantes do setor atuarem na importação de petróleo bruto, no refino e na distribuição de combustíveis, em igualdade de condições com a Petrobras. Para lembrar os leitores, a gasolina pura, na bomba, nos Estados Unidos, está sendo negociados a uma média de US$ 0,50 o litro, ou grosso modo R$ 2,00, "sem adição" de 27,5% de álcool anidro. O preço base para efeito de equalização de tarifas pelo CONFAZ é de R$ 3,67 o litro no País. 

Mesmo que agregue sobrepreço devido aos "impostos e contribuições", cerca de 25% sobre o preço de gasolina aos preços praticados nos Estados Unidos, ainda assim o preço de gasolina pura deveria estar custando na bomba não mais que R$ 2,50 o litro, no País. Eu disse, o preço de gasolina pura no Brasil deveria estar custando R$ 2,50 o litro, no máximo, com dólar médio de US$ 4.

A simples conta de matemática demonstra que  o usuário de veículos automotores, aeronaves e indústrias em geral, "subsidiam" o preço do petróleo para que a Petrobras continue existindo, pagando pela administração ineficiente. Os contribuintes continuam "subsidiando" a ladroagem na Companhia para tornarem os fornecedores e os corruptos as pessoas mais ricos do Brasil. A simples mudança da diretoria da não mudará a situação, porque o espírito corporativo está presente nos quase 80.000 trabalhadores ativos da Companhia. 

A Petrobras carrega uma dívida de US$ 100 bilhões, equivalente a R$ 400 bilhões na cotação de dólar a R$ 4, para um patrimônio líquido "fictício" de R$ 260 bilhões. A Petrobras carrega R$ 727 bilhões de imobilizados contábeis, que está recheado de "esqueletos" acumulados ao longo dos 63 anos de existência da Companhia. Há que fazer "reavaliação" do imobilizados para expurgar os "esqueletos". O governo tem medo de mandar reavaliar o ativo imobilizado porque exporia a verdadeira situação patrimonial da Petrobras, isto é, o "estado de falência".

A nova matriz econômica prevê "o fim do monopólio de exploração, refino e comercialização do petróleo". Não estou propondo a "privatização" da Petrobras. Desafio os "neoliberais" de hoje e de ontem proporem a quebra do monopólio na área do petróleo, que trarão benefícios para a população. Desafio os administradores da Petrobras a realizarem o impairment (reavaliaçãodos ativos e expurgar os "esqueletos" da Companhia. 

Com a nova matriz econômica, tenho certeza de que o País não viverá mais ladroagem que custou a falência da Petrobras, que um dia foi orgulho de todos os brasileiros. Com a transparência, e a livre concorrência, vai acabar o domínio da Petrobras por uma ou mais facção criminosa.

Defendo o fim do monopólio da exploração do petróleo!

Ossami Sakamori